quinta-feira, 25 de outubro de 2012

"Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho" (Gandhi )

Ouvi uma frase que dizia: "A vida te vira do avesso mas você descobre que o avesso é o seu lado certo". Pedi, nos últimos meses, incessantemente para que Deus falasse comigo e talvez eu não tivesse ouvido porque não estava olhando no espelho pra perceber que avesso me vestia bem, fazia mais sentido, combinava comigo. Seria esse o segredo da felicidade? Tenho refletido muito sobre isso. Acho que a felicidade está muito ligada a aceitação. É genial aquela oração que pede a Deus forças pra aceitar aquilo que não podemos mudar. E, algumas vezes não podemos mesmo. Não dá pra imaginar uma vida inteira de frustração, de insatisfação, isso está muito distante da felicidade. Li um texto do Padre Francisco, da Canção Nova, que falava do sofrimento que faz bem e o que faz mal. Lágrimas curam, lágrimas purificam, lágrimas nos tornam mais fortes. A vida vem acompanhada de momentos de dor, vem sim acompanhada de sofrimento, tudo isso faz parte do nosso amadurecimento. É isso que nós chamamos as cruzes de cada um. Depende de cada um aceitar ou rejeitar esse caminho proposto pela nossa vida, proposto por Deus para nos podar, nos ensinar, nos ensinar a ser pessoas melhores. Mas, por outro lado, tudo isso está ligado a nossa maneira de enxergar e de agir em razão daquilo que a vida nos apresenta. É aqui que eu falo sobre o sofrimento que faz mal, que agride, que verdadeiramente destrói. Que Deus seria esse que permitiria qualquer coisa que fosse destruir aquilo que Ele mais ama, nós, seus filhos? Isso não faz nenhum sentido. Sofrimento sem aceitação não constrói nada. Viver em angústia, raiva, tristeza, insatisfação, inveja, teimosia não edifica ninguém, muito pelo contrário. Dizer que não dói é absurdo, dizer que é fácil é tremendamente injusto. Como dói. Mas, a vida não pode se resumir a isso. Não é esse o propósito de Deus. Acho que, por isso, Jesus nos chama de insensatos tantas vezes na bíblia. Como podemos imaginar que Ele desejaria para qualquer um de nós uma vida feita apenas de dor e lágrimas? Isso nunca foi segredo, a felicidade não é segredo nenhum, felicidade é saber driblar tudo isso e quando a dor vier tão forte, deixar as lágrimas esvaziarem o coração para que não fique rancor, mágoa, feridas abertas. Nesse momento é hora de pedir força pra aceitar o que não podemos mudar e nos abrir a todo um universo de outras possibilidades. É aquela velha história do cara que está se afogando e implorando que Deus o salve. Deus manda uma diversidade de coisas pra ajudar o rapaz, mas ele, cego, permanece esperando algo sobrenatural, enquanto bastava estender a mão e agarrar com força o que estava bem a sua frente. Só existe um fim pra essa história. E esse é o mesmo fim de quem insiste em um sofrimento teimoso, passa a vida como se estivesse morto. Empurra a vida como se esse fosse o propósito pra ela. Sempre se lamentando e ainda acreditando que essa é a vontade de Deus. Tolos, insensatos somos nós. Isso não é ser Mártir, isso é ser burro, me perdoe a expressão. E quantas vezes eu fui burra assim... Na minha dor, muitas vezes, briguei com Deus, dizendo que não escolhi ser 'Jó'. Sempre entendi a história de Jó como se Deus o tivesse escolhido pra ser um sofredor, parecia até que Deus queria 'brincar' com Jó. Que besteira a minha. Jó foi feliz!!! Foi feliz porque não viveu pelo sofrimento, os problemas não foram o centro da vida dele, em sua aceitação um novo mundo pôde se abrir pra ele e isso fez a vida dele feliz. O foco não foi a dor, isso era o resto. E quem conhece essa história sabe que Deus presenteou Jó com muito mais, porque ele entendeu a lição. Deus também nos presenteia todos os dias, a cada vez que entendemos a lição. Deus nos mima todos os dias, a cada vez que saímos desse mundo limitado de lamentação que criamos e abrimos a porta pra todo o infinito de possibilidades. Bem, ainda estou nos primeiros andares dessa escada, tem muito ainda a subir, mas cada degrau tem sido mais próximo do outro, quanto mais eu subo mais me aproximo de uma luz que me fascina os olhos. Ainda brigo com Deus, mas nossas conversas tem sido cada vez mais íntimas. Ainda não sei onde vou chegar, mas Nossa Senhora tem me segurando pelas mãos e sei que seja pra onde for estarei bem...

Um comentário:

Ju disse...

É lindinha, aceitação é muito importante!!! Acho que só aceitando as coisas podemos fazer algo real!!! E essa consciência pra mim tem nome: maturidade!!! rs
Bjo grande Ju