domingo, 11 de abril de 2010

"A ambição universal dos homens é viver colhendo o que nunca plantaram"



Equilíbrio s.m. 1. Estado dos corpos em que a resultante das forças atuantes se anula. 2. Igualdade das forças. 3. Ponderação; prudência. 4. Autocontrole; autodomínio.
Por mais que se viva a maior parte do tempo na sobriedade, existem momentos em que se é racional demais, louco demais, fanático demais, irresponsável demais, bitolado demais, liberal demais, indiferente demais, ansioso demais, preguiçoso demais, livre demais.
Autocontrole; autodomínio; manter o domínio sobre si mesmo, sobre seus atos; não ultrapassar o limite de nada. Isso é atingir o equilíbrio. Igualar as forças do bom e do prejudicial, do certo e do errado, da realidade e da fantasia, do amor e da discórdia, da paz e guerra, do céu e do inferno. Isso é atingir o equilíbrio.
Todos nós temos momentos altos demais e baixos demais. Existem momentos em que somos anjos e outras vezes rebeldes. Somos sérios e displicentes, maníacos e depressivos, racionais e iludidos, puros e pervertidos, pacíficos e intolerantes, sensatos e embriagados.
Quem desceu muito baixo, muitas vezes, precisa subir muito alto pra reconhecer o equilíbrio. Muitas vezes, é necessário se privar de tudo pra se reconhecer o que é realmente vital. Muitos religiosos praticam o jejum, não como um sacrifício sem propósito, mas como momento de reflexão, de esvaziamento de si mesmo, de amadurecimento, em busca do equilíbrio.
Os nossos erros devem servir de aprendizado. È através dos erros que sabemos quando acertamos. O passado não existe para condenar ninguém, mas para servir de escada para o amadurecimento.
É muito difícil ter domínio sobre nós mesmos, mesmo que queiramos muito isso. Sozinhos, não conseguimos ter esse controle.
Por isso, muitos buscamos esse equilíbrio em outra pessoa, no trabalho, na terapia, na curtição, na religião. E acabamos não encontrando, porque procuramos justamente onde não gostaríamos de encontrá-lo.
Todos temos sonhos, metas, expectativas de vida. E, na maior parte das vezes, não vivemos de modo a buscá-los. Talvez porque ainda não saibamos o que queremos, mas, em geral, porque não admitimos, pra nós mesmos, o que queremos ou não temos força de vontade pra lutar por isso.
Desejamos sucesso profissional, mas passamos os dias numa constante preguiça. Almejamos casar e ter filhos, mas vivemos satisfatoriamente a solterice. Protestamos por segurança, mas estamos sempre nos arriscando. Sonhamos com uma vida longa, mas não cuidamos do corpo e da mente. Rezamos por uma vida feliz, cheia de paz e livre de todo o mal, mas viramos o rosto pra Deus a todo o momento.
Não há em equilíbrio na contradição. Como seremos equilibrados sem sermos realmente quem somos? Por que vivemos fazendo as escolhas dos outros, quando, nem eles, nem nós estamos satisfeitos? Por que ter vergonha do que desejamos, mesmo que pareça impossível, ao invés de lutar pra provar o contrário? Por que viver como a maioria vive só porque isso seria melhor aceito, se a maioria das pessoas nem mesmo se aceita? Por que só vivemos a religião sob as nossas condições se são justamente essas condições que nos fazem tropeçar? Por que não reconhecer Deus como Senhor das nossas vidas, com medo de perder a nossa liberdade, se somos nós mesmos que nos escravizamos? Por que não buscar o nosso equilíbrio em Deus, sendo ele o próprio equilíbrio?
As perguntas são tão fáceis. O verdadeiro equilíbrio está em viver o que somos, o que queremos e o que devemos ser, para alcançar a felicidade em plenitude. Mas, as respostas estão dentro de cada um de nós. O caminho que leva ao coração é uma via de mão única e a porta de entrada só abre por dentro.

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