Não sei falar de amor! É como se a minha língua não acompanhasse o ritmo dos meus pensamentos, como se a minha boca não me obedecesse, literalmente. Mas, quando eu escrevo, é como se as palavras saíssem direto do meu coração até a ponta dos meus dedos. E o que posso falar do amor? O amor é uma doação. Não pede nada em troca, se dá sozinho. O amor é feliz na felicidade do outro, vale por ele mesmo. O amor é um presente, de peito aberto. Isso é algo que dura pra sempre. O amor muda, mas não acaba. Não importa o tempo que passe, que tudo seja contra, isso não acaba. Não importa que a vida os separe cada vez mais, que se tenha destinos opostos, não importa que novas mágoas ou decepções ainda venham a acontecer, não importa quem venha estar do seu lado ou do dele, isso não acaba. Sabia que é o amor o único sustento, o único que pode nos fazer fortes em qualquer situação? É o amor que preenche qualquer vazio. É só o amor que garante que o mundo gire, que venha a tempestade ou a bonança e você permaneça firme. A beleza se torna comum, um dia, a juventude passa, o dinheiro pode até acabar, certos prazeres da vida deixam de agradar, o que encantava antes pode se tornar motivo de insatisfação, a rotina pode fazer defeitos insuportáveis aparecerem, mas, se o amor existe, ele permanece, porque é mais forte que tudo isso. Todo mundo acha que pode viver sem amor, mas não há coração completo, que no seu interior pulsa feliz de verdade, sem amor. O ser-humano está cada vez mais frustrado porque não sabe reconhecer o amor. O homem está cada vez mais só, porque busca o amor em coisas superficiais. O sentido da vida está no amor. Pena que falar de amor se tornou tão banal. Todo mundo diz que ama e nem sabe a responsabilidade do que diz. Não se ama o que não se conhece. O amor verdadeiro é aquele onde o indivíduo está livre pra expor o seu maior defeito ou o seu desejo mais bizarro e continuar sendo respeitado e admirado. Quem ama aceita e incentiva o outro como é, não anula o outro ou espera que ele mude. O amor "arregaça as mangas", doa todas as suas forças pelo outro. No amor, não importa o tamanho do sacrifício ou até que você tenha que passar por cima de você mesmo pra lutar pelo outro. O amor não tem ciúme, deixa livre. O amor não desconfia, compreende. O amor não acusa, espera. O amor não se exalta, é sempre terno. O amor também erra, falha, fraqueja, hesita, mas se desculpa, se redime. O amor não julga, não tem caprichos, não impõe sua vontade. O amor não pede provas e não precisa se auto-afirmar o tempo todo, porque o amor não é orgulhoso. O amor desperta o nosso melhor, satisfaz o mais profundo dos nossos desejos, nos deixa a vontade, cura até as feridas. É isso que dura para sempre, que derruba todas as barreiras, que dá sentido a cada dia e não só o dia de hoje. Quando o que satisfaz hoje, perder a importância amanhã, é do amor que se sobrevive. Amar é querer vê-lo feliz. É querer estar perto quando ele precisar. É querer segurar suas mãos quando ele estiver aborrecido, ouvir quando ele quiser confessar algo que o incomoda, vibrar quando ele estiver feliz, fazer festa com as suas conquistas, dar colo quando ele estiver cansado e ser seu esteio quando ele precisar lutar. Isso não é um negócio, onde se fazem trocas, é uma doação apenas.
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